Mantive-me afastada da escrita neste espaço por razões muito alheias à minha vontade. Muito porque sou, há vários anos, alvo daquilo que classifico de perseguição draconiana sobretudo por parte de uma senhora que parece zangada com o facto de existir liberdade de expressão.
E é sobre liberdade de expressão que hoje partilho uma notícia que saiu há já algum tempo no jornal Público (escrita por Mariana Oliveira).
"O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou ontem o Estado português a pagar 4040 euros à jornalista Sofia Pinto Coelho, por considerar que foi violado o direito à liberdade de expressão. Em causa está a condenação da repórter por um crime de desobediência, por esta não ter pedido uma autorização judicial para mostrar na SIC o auto que esteve na base da demissão do antigo director da Polícia Judiciária Fernando Negrão, acusado de dar informações em segredo sobre buscas à Universidade Moderna.
Na sentença, os juízes consideram desproporcionada a condenação automática apenas porque não foi dada autorização para a divulgação do documento, sem analisar os vários direitos em conflito. E sustentam que as autoridades portuguesas explicaram em que medida a divulgação daquelas cópias prejudicou o inquérito, nem como foi violada a presunção de inocência de Fernando Negrão, que não chegou a ser julgado pelo crime de violação do segredo de justiça. Os juízes notam que apresentar aquelas cópias serviu "a credibilidade das informações transmitidas, atestando a sua exactidão e a sua autenticidade".
Contactada pelo PÚBLICO, a jornalista mostrou-se "muito satisfeita" com a decisão do tribunal, que mostra que a persistência compensa."