Introduction to the concept of mobbing

Introduction to the concept of mobbing

"Through their national work environmental acts Sweden, Finland and Norway support the rights of workers to remain both physically and mentally healthy at work. Yet, in recent years, a workplace-related psychosocial problem has been discovered, the existence and extent of which was not known earlier.

This phenomenon has been referred to as "mobbing", "ganging up on someone", "bullying" or "psychological terror". In this type of conflict, the victim is subjected to a systematic, stigmatizing process and encroachment of his or her civil rights. If it lasts a number of years, it may ultimately lead to ejection from the labor market when the individual in question is unable to find employment due to mental injury sustained at the former work place.

I introduced this phenomenon in 1984. It certainly is a very old one, well known in every culture from the very beginning of these cultures. Nevertheless, it has not been systematically described until the research started in 1982 which led to a small scientific report written in the fall of 1983 and published in early 1984 at The National Board of Occupational Safety and Health in Stockholm, Sweden

(Leymann & Gustavsson, 1984)"

sábado, 18 de agosto de 2007

Manuel, 29 anos, Engenheiro

"Manuel é engenheiro de telecomunicações, tem 29 anos e conta com um brilhante desempenho académico na faculdade em que se formou.

Trabalhava há dez anos numa empresa de engenharia na qual rapidamente passou a assumir a responsabilidade por importantes projectos de engenharia economizando custos nos contratos de obras, ou por optimizar o rendimento dos materiais utilizados, o que lhe granjeou algumas inimizades, sobretudo entre uma série de engenheiros mais velhos, veteranos na empresa, que formam um grupo em torno dos interesses criados pelos fornecedores, dos quais recebem comissões por baixo do pano.

Manuel percebe já desde algum tempo que estes companheiros se referem a ele chamando-o de "pitagorista" ou "Einstein", ou que se riem dele quando intervém nas reuniões.

Ao cabo de poucos meses, Manuel dá-se conta de que, sistematicamente, lhe confiam os projectos mais difíceis ou os que apresentam mais problemas, para averiguar se são cumpridos no prazo de contratação.

No princípio, parece não dar importância a isso, considerando-o um desafio; todavia, vai constatando igualmente que os recursos humanos que lhe destinam para cumprir esses projectos são cada vez mais insuficientes, o que faz com que Manuel tenha de se multiplicar e acabe por trabalhar jornadas de dezasseis e até vinte horas.

Passado algum tempo, Manuel observa que "se excede" nas bebidas alcoólicas, que toma principalmente no final do dia.

O chefe de Manuel (que faz parte do círculo dos beneficiários das comissões dos fornecedores) empenha-se em criticar sistematicamente o seu trabalho, fazendo constantes referências a pequenos e insignificantes detalhes que se tornam excessivos em comparação com a magnitude dos projectos.

Isso faz com que Manuel se aplique ainda mais no seu trabalho, tendo a sensação de que "nunca é suficiente".

Outros chefes de projecto também atacam Manuel com críticas às escondidas aos seus projectos, das quais ele não tem certeza, pois são feitas nas suas costas.

Manuel consulta um médico por problemas de stress, insónia e ansiedade continuada.

Queixa-se especialmente de dores opressivas no peito, que o médico julga serem de origem psicossomática, uma vez que a patologia cardiovascular é descartada.

Na empresa, os companheiros da sua área começam a criticar a sua maneira de trabalhar, aduzindo que "está atacado" e que não colabora nem trabalha em equipa.

Alguns companheiros dirigem-se ao seu chefe para denunciar um tratamento vexatório e indigno por parte de Manuel.

Diante dessas acusações, que o chefe lhe lança no rosto, certo dia Manuel "explode" contra ele, negando-as e atacando por sua vez a qualidade do trabalho dos outros, fazendo ver como sempre é confiado a ele o trabalho mais duro e impossível de cumprir nos prazos previstos.

Nos três meses seguintes, Manuel é exonerado dos projectos mais importantes, sendo deixado num escritório com um telefone que não funciona e sem nenhuma actividade.

Passado algum tempo, pede para ver o chefe, que se nega sistematicamente a recebê-lo, sob o pretexto de estar sempre muito ocupado.

Entre os seus companheiros, começa a correr o rumor de que está a pensar em abandonar a competição e por isso está a fotocopiar dados técnicos de alguns projectos, para poder passá-los a outras empresas.

Depois de outros quatro meses, durante os quais sente enorme vazio e isolamento, Manuel consegue encontrar um cargo similar noutra empresa.

Não obstante, o seu antigo chefe entra em contacto com a nova empresa empregadora, dando más referências dele, atribuindo-lhe comportamentos desleais.

Manuel não supera o período experimental e é despedido.

Quatro anos depois, Manuel encontra-se parado, sofrendo de uma síndrome de fadiga crónica, que o impede de desenvolver qualquer tipo de actividade no trabalho, com uma sintomatologia depressiva e de ansiedade generalizada, motivo pelo qual recebe tratamento psicológico".

Iñaki Piñuel Y Zabala in Mobbing