"Na maior parte das vezes, os vexames são de natureza aleatória, variando o seu estilo consoante os dias."
Por exemplo: Imagine que se está a dirigir para o WC e se cruza a meio do caminho com a sua, ou uma das suas, assediadora(s). Como ninguém está a ver, porque o corredor tem um placa a separar a entrada para o WC do espaço de escritório partilhado, a assediadora, ou uma das assediadoras, se for o caso, passa rente a si e "dá-lhe um encontrão". Já imaginou? A sua vontade é qual? Devolver a "baixaria"? Desprezar? Denunciar? É incrível não é? Mas saiba que acontecem coisas destas.
"Caso peça o parecer dos seus colegas sobre a sua situação, não vai poder avançar muito, visto que, de uma forma geral, os colegas não se solidarizam."
A razão é quase sempre o medo de ser a(o) próxima(o). Sobretudo quando esses colegas têm conhecimento de episódios anteriores em termos de "desviar" outras pessoas do caminho por parte da assediadora, ou das assediadoras. Surpreendido(a) por haver repetições de comportamentos ao longo do tempo? Padrões? Mas há.
"O agressor, seja ele um indivíduo ou um sistema, tem uma atitude de negação face à agressão: "Não se passou nada, essa pessoa está a inventar as suas queixas!", ou então recusa-se a assumir a responsabilidade: "Ela é posta de parte por ser uma pessoa difícil"."
O que é uma pessoa difícil? É aquela que tenta defender o emprego que conquistou por mérito próprio e sem "cunha"? Que resiste a que lhe roubem o seu "ganha pão"? Elucidativo!
Citações de O Assédio Moral no Trabalho, de Marie-France Hirigoyen
Citações de O Assédio Moral no Trabalho, de Marie-France Hirigoyen