Introduction to the concept of mobbing

Introduction to the concept of mobbing

"Through their national work environmental acts Sweden, Finland and Norway support the rights of workers to remain both physically and mentally healthy at work. Yet, in recent years, a workplace-related psychosocial problem has been discovered, the existence and extent of which was not known earlier.

This phenomenon has been referred to as "mobbing", "ganging up on someone", "bullying" or "psychological terror". In this type of conflict, the victim is subjected to a systematic, stigmatizing process and encroachment of his or her civil rights. If it lasts a number of years, it may ultimately lead to ejection from the labor market when the individual in question is unable to find employment due to mental injury sustained at the former work place.

I introduced this phenomenon in 1984. It certainly is a very old one, well known in every culture from the very beginning of these cultures. Nevertheless, it has not been systematically described until the research started in 1982 which led to a small scientific report written in the fall of 1983 and published in early 1984 at The National Board of Occupational Safety and Health in Stockholm, Sweden

(Leymann & Gustavsson, 1984)"

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Assassinato moral, psíquico ou psicológico

Um(a) juíz(a) só pode, à partida, dar conta de um assassinato físico.

Existe alguém julgado por assassinato moral, psíquico ou psicológico em Portugal?

Não tenho conhecimento.

Na minha opinião, desde logo há que tomar consciência que a própria palavra "assassinato" inclui dois resultados e não só um.

Existem, em princípio, muitos "mortos-vivos" nos locais de trabalho.

Digo em princípio, porque ainda não são conhecidos estudos sérios que denunciem essas situações.

Na realidade, comete-se crimes em que as pessoas não morrem, mas ficam mortalmente feridas.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

"Neste assunto, não é exagerado falar em suicídio...

... pois os dados apontam nessa direcção.

Não obstante, existe em Espanha uma distorção na recolha de dados.

Muitos são, por exemplo, os acidentes de trânsito que, em Espanha, figuram nas estatísticas como morte acidental ou natural, ao passo que nos Países Nórdicos figurariam como mortes por suícidio.

Em tais países, quando a causa do acidente é muito confusa e faz pensar mais no factor humano do que no factor técnico, se a pessoa falecida viajava sozinha no seu veículo, a morte costuma ser classificada como suicídio.

Outro tanto cumpre afirmar com relação a acidentes mortais no local de trabalho ou no lar, quando a causa é confusa e a pessoa se havia isolado desnecessária e perigosamente.

Evita-se classificar como suicídio porque, além do mais, prejudicaria os herdeiros no caso em que haja seguros de vida ou indemnizações do trabalho envolvidos."

in Mobbing - 2001 Iñaki Piñuel y Zabala.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Administração da Carris recua e já não penaliza grevistas

A administração da Carris decidiu retirar as penalizações contra os cerca de 250 trabalhadores que exerceram o seu direito à greve no passado dia 30 de Maio.

Os grevistas estavam impedidos de recorrer a horas extraordinárias, fundamentais para compensar os salários baixos.

Ontem, o bloco de esquerda reuniu com dois sindicatos, pediu explicações ao ministro Mário Lino e anunciou que ia pedir a intervenção imediata da inspecção-geral do trabalho.

No mesmo dia, o governo emitiu um comunicado revelando que deu instruções à administração da Carris para o "escrupuloso cumprimento da legislação aplicável em matérias laborais", tendo a administração negado que estivesse em curso qualquer represália sobre os grevistas.

O esquerda.net soube que durante a madrugada de hoje a administração voltou atrás e permitiu que os trabalhadores grevistas marcassem no seu horário a realização de serviço extraordinário.

Fonte: www.esquerda.net

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Psicobiologia

"Do ponto de vista psicobiológico, os animais que se mostram agressivos e beligerantes no seu hábitat estão a marcar território e, além disso, salientam a existência de uma hierarquia de dominância e liderança na manada.

Vale dizer, os animais amedrontados transformam-se em seguidores dóceis, porque assim garantem a sua sobrevivência.

Constituem exemplos típicos, na Espanha, as ovelhas merinas, que avançam em rebanho atemorizadas pelos latidos e ameaças de ataque por parte do cão do pastor.

Tais comportamentos de carácter sociável são o resultado de uma selecção genética muito distante da que predomina entre as ovelhas escocesas, que caminham livres pelas alturas."

(Iñaki Piñuel Y Zabala in Mobbing - 2001)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Os colegas dos alvos

Os mais próximos melhoram as suas possibilidades de subsistência e desenvolvimento quando um(a) colega se converte em centro dos ataques de chefes.

Aquele(a) que é vítima protege os demais de ameaças variadas.

Se aquele(a)s que se sentirem ou se tenham sentido molestado(a)s se juntarem para fazer frente a quem o(a)s assedia ou assediou, vão provavelmente gerar um sobressalto, e, não raras vezes, um incremento na lista de cautelas do(a) assediador(a), que, por sua vez, se poderá sentir alvo daquele(a)s que, isolado(a)s eram as suas vítimas, porém, juntos formam um grupo ameaçador e resistente às suas investidas.

domingo, 17 de junho de 2007

Liberdade de expressão e informação

Nunca um alvo de assédio psicológico deve esquecer o Artigo 37.º da Constituição da República Portuguesa.

Assim sendo e só para lembrar os mais esquecidos:

"1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.

2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.

3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficam submetidas aos princípios gerais de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação respectivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administrativa independente, nos termos da lei.

4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta e de rectificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofridos."

Conceder a palavra aos alvos

Uma das grandes conquistas de um alvo de mobbing é a de conceder a palavra a si mesmo.

Falar.

Permitir-se ser tema de estudo e pesquisa científica de estudantes universitários, como foi o meu caso.

Dei uma entrevista a uma aluna de doutoramento do ISCTE que estava a desenvolver uma tese subordinada ao tema do assédio psicológico nas organizações.

Foi muito bom poder contribuir com a minha experiência para a construção de um modelo de intervenção, para fazer frente a um problema que pode ser comum a muitas pessoas.

Os artigos científicos em revistas especializadas, os livros e os meios de comunicação podem ser uma forma dos alvos conseguirem forças para a sua própria causa e para que a sociedade preste uma atenção crescente a tal problema.

A soma das minorias pode alcançar a maioria e mudar as regras do jogo.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

A missão dos psicólogos do trabalho e das organizações

Nas empresas, nas organizações, nos locais de trabalho, existem pessoas valiosas que são deixadas fora de circulação por uma ampla gama de razões e argumentos.

Trata-se de pessoas que podem continuar a trabalhar de modo eficiente, ou que podem atingir resultados elevados de satisfação, se forem identificadas e situadas noutro ambiente de trabalho onde possam conseguir voltar a mostrar o seu valor.

No seio das empresas, esse tipo de programas pode ser levado a cabo para desenvolver os recursos humanos.

Os psicólogos do trabalho e das organizações têm como missão identificar tais pessoas insultadas e enquadrá-las num programa oportuno de recrutamento interno.

Os sinais são habitualmente simples.

Basta observar:

Informações excessivamente negativas sobre o desempenho de determinado(a) colaborador(a) quando antes isso nunca tinha acontecido; queixas apresentadas por pessoas afectadas ou outros comentários de outros colaboradores.

Também a taxa de absentismo no trabalho ou pedidos de dispensa recorrentes podem ser um sinal de alerta, porém existem colaboradores mais fortes emocionalmente e aguentam a permanência no local onde sofrem assédio moral, pois dessa forma, não deixam o caminho livre a quem as persegue.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Quando há transição de cargos políticos, o que pode acontecer?

Durante a transição de cargos políticos podem ocorrer casos de identificação de funcionários, pelo seus chefes, como sendo pessoal potencialmente prejudicial ou inconveniente, por causa das suas ideologias ou militância política, o que não tem sustentação alguma no grau de competência profissional demonstrada no trabalho executado no dia-a-dia.

Assim, é de todo preferível que se acabe com esta "moda" dos jobs for the boys e se contratem funcionários que provem o seu mérito, independentemente da sua ideologia.

O argumento da "confiança política" para ocupar determinado cargo público só é relevante em funções de decisão estratégica e política.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Inserção

Os alvos passivos têm necessidade de consolo, mas raras vezes despertam admiração e louvor.

Na resistência activa e na consolidação da auto-estima estão as chaves do programa de tratamento diante de situações de sufocação e perseguição em ambientes profissionais.

Quando uma pessoa se sente aniquilada pelos seus chefes ou colegas, pode assumir o papel de vítima e ir cavando e aprofundando a sua ferida.

O resultado costuma ser a destruição psicológica, a depressão.

Ao sentir-se aniquilada pelos seus chefes ou colegas, uma pessoa pode também, ao contrário, assumir o papel de resistente activa e aumentar estrategicamente, com empenho, a base que manifeste e dê razão ao seu próprio valor.

A essência consiste, por exemplo, em obter protecção dentro ou fora da empresa, em conseguir o reconhecimento noutro ambiente de trabalho, em integrar-se numa nova função, com encargos que se ajustem e realcem a sua própria competência.

O alvo que resiste e passa para a ofensiva consegue uma mudança de retorno quando faz notar ao perseguidor que se pode ganhar ou perder uma batalha, mas que o combate e a luta continuam.

Do ponto de vista psicológico, deparamo-nos com dois tipos de reacção: a primeira diante dos maus tratos é estritamente reactiva, pois engrandece o perseguidor e as suas intrigas.

A segunda é proactiva, no sentido em que estabelece distâncias em relação aos maus-tratos e subestima o perseguidor.

Diante do aniquilamento, o melhor é não retroceder, mas levantar a cabeça diante de quem envenena.