Aquilo a que o filósofo chamou de "não inscrição" significa que os acontecimentos não influenciam a nossa vida, é como se não acontecessem, se deles não resultar uma transformação.
E se não acontecerem, ninguém é responsável. A forma mais eficaz de os transformar em não-acontecimentos é fazer de conta que nada se passou.
Os blogs, representam uma criação, um instrumento de expressão.
Tudo o que se escreve, infelizmente, não exprime a totalidade daquilo que se sente. Não porque se tenha problemas de expressão mas porque mesmo que se exprima muito bem pela escrita nunca será aquilo que se sente na totalidade. Porquê? Porque existem normas, o bom senso, o política, social e afectivamente correcto.
Tem-se medo de experimentar, porque se pode ter medo do que possam dizer. Parte-se sempre do princípio de que o que vão dizer é negativo, desvalorizante. Dificilmente alguém dirá que o que se fez foi bom. Que se está muito contente por isso. Decerto criticarão e isso cria logo um medo que paralisa. Faz com que se tenha prudência em excesso. E a prudência paralisa a acção.
Mas, no que a mim diz respeito, quero agir, encontrar respirações possíveis, canais de ar, pois só me poderei afirmar agindo, exprimindo-me.
Agora que nos aproximamos das comemorações do 25 de Abril, onde se passou do zero para o máximo da expressão, temos de saudar os novos instrumentos dessa mesma expressão e diferenciar que a nossa expressão individual, social, pode não ser discurso político.
A incapacidade de as pessoas agirem vem de dentro, dos seus medos, porém quando alguém tenta, o que normalmente acontece, é uma sanção terrível. É a inveja. Algo do género, "não me importo que eu não faça, mas tu também não podes fazer, senão os outros vão notar que tu fizeste e eu não e com isso vou sentir-me minimizado(a) em relação a ti".
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