"Eu me chamo Mauro Corradini. Tenho 42 anos. Eu era um brilhante funcionário comercial de uma notável e prestigiosa casa de expedições italiana de nível nacional.
Muitas vezes condecorado e muitas vezes premiado em poucos anos: prémios, promoções, carro da empresa.
Atendo-me àquilo que o contrato empresarial prevê (a fidelidade empresarial) e àquilo que as leis do estado proíbem (corrupção no trabalho): um "grupinho" na minha firma exercia trabalhos ilegais e embolsava o dinheiro.
Refiro tudo ao administrador delegado, não por espírito de espionagem ou para fazer carreira (pois não precisava!!) mas por puro espírito de obediência e fidelidade.
O administrador delegado me “premeia”, três gerentes, um em Milão e dois em Roma iniciam uma guerra contra mim: subtração de minha clientela; duas transferências para duas cidades diferentes (Nápoles e Florença) com a esperança de que eu me demitisse; rejeição de reembolsos de despesas mantidas pela empresa; rejeição de concessões de férias; tentativas mesquinhas de induzir-me a erros para criar precedentes para cartas de reprovações; fechamento em uma sala por quatro horas sob ameaças e, enfim, demissão por acidente, quando, na empresa, fraturei um braço.
Estive em tratamento por vários meses tendo que utilizar medicamento, em virtude de uma depressão diagnosticada pela Clínica do Trabalho “L. Devoto” em Milão: síndrome depressiva em decorrência de situações trabalhistas adversas.
Até hoje tenho problemas de insónia.
Note-se que eu não sou o primeiro contra quem a Empresa fez guerra: no passado um outro colega foi demitido e em seguida reintegrado após uma decisão judicial, pois denunciou que um precedente director da filial de Roma administrava contemporaneamente uma empresa própria de expedições.
Não só, mas o mesmo gerente de Milão obrigou um excelente comerciante da filial de Florença a demitir-se e depois o doutor M. S. fez guerra contra todas as jovens e promissoras turmas da empresa enchendo-a com filhos e sobrinhos de seus amigos; fez um seu ex-colega assumir em Roma; este se torna o meu director de filial e que, por sua vez, chama um personagem a dirigir o setor comercial de Roma.
Resultado: em Roma esse personagem coloca a filha no comando central e, em Nápoles, o director da filial de Roma põe o seu sobrinho...
De uma grande empresa passa-se a um negócio de condução familiar!!!
Tenho um trabalho muito precário (arrumo as prateleiras de supermercado trabalhando 15 horas por semana).
Uma empresa que também é fornecedora daquela que tinha me demitido, me ofereceu trabalho, mas foi ameaçada (ai de você se lhe der trabalho).
Estou em juízo: forçaram e obtiveram a transferência do processo para uma outra cidade.
Esperam que eu morra de fome e entregue os pontos.
Nestes anos de verdadeiro sofrimento me ajudou a inscrição ao M.I.M.A. (sigla em italiano: Movimento Italiano para as vítimas de Mobbing Associados).
Devemos fazer cessar estas formas de violência para-mafiosas."
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