Introduction to the concept of mobbing

Introduction to the concept of mobbing

"Through their national work environmental acts Sweden, Finland and Norway support the rights of workers to remain both physically and mentally healthy at work. Yet, in recent years, a workplace-related psychosocial problem has been discovered, the existence and extent of which was not known earlier.

This phenomenon has been referred to as "mobbing", "ganging up on someone", "bullying" or "psychological terror". In this type of conflict, the victim is subjected to a systematic, stigmatizing process and encroachment of his or her civil rights. If it lasts a number of years, it may ultimately lead to ejection from the labor market when the individual in question is unable to find employment due to mental injury sustained at the former work place.

I introduced this phenomenon in 1984. It certainly is a very old one, well known in every culture from the very beginning of these cultures. Nevertheless, it has not been systematically described until the research started in 1982 which led to a small scientific report written in the fall of 1983 and published in early 1984 at The National Board of Occupational Safety and Health in Stockholm, Sweden

(Leymann & Gustavsson, 1984)"

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O caso de Arminda

"À Arminda dói-lhe o pulso direito.

Já não consegue executar, com a mesma destreza, os respectivos movimentos que implica o seu posto na linha de montagem.

Debate-se com dores para conseguir cumprir os objectivos de produção, mas o braço recusa a autoflagelação.

E Arminda procura então o médico de Trabalho da empresa.

O médico prescreve-lhe injecções de cortisona, fisioterapia e um exame, indicando-lhe um outro clínico especialista, com quem trabalha regularmente.

É Arminda que custeia o exame: são 75 euros a menos no seu salário.

Pouco tempo depois chegam os resultados: tudo bem com o pulso direito.

Arminda retoma o trabalho e, para aliviar a zona afectada, tenta forçar o trabalho recorrendo mais à mão esquerda.

As dores não desaparecem.

Ao fim de mais uns meses, pede baixa médica.

Não é a primeira naquela fábrica a acusar dores.

E, tal como as colegas que já há muito se iniciaram naquele calvário, procura o delegado sindical, que é quem sugere que Arminda peça ao médico da empresa que participe o seu caso ao Centro Nacional de Protecção Contra os Riscos Profissionais (CNPCRP) da Segurança Social.

O médico diz-lhe que não é necessário, mas Arminda insiste.

E assim se faz a participação, que seria obrigatória, preenchendo os papéis com as necessárias assinaturas de Arminda, do médico e do técnico de Higiene, Segurança e Saúde da empresa.

O processo começa agora no âmbito do CNPCRP.

Por isso, à Arminda é certificada a incapacidade temporária para o trabalho, pelo que fica de baixa por doença profissional, sem trabalhar e com pensão da Segurança Social, esperando que o CNPCRP a chame para fazer exames.

Passa um ano e é-lhe marcada realização de exames ao pulso direito.

Queixa-se também do pulso esquerdo, que sofrera em nome do alívio da outra mão.

Mas no CNPCRP dizem-lhe que o exame será apenas ao pulso direito, pois é esse que consta no processo e os papéis são soberanos.

Passam quase três meses até chegarem os resultados, porque o exame precisa ainda de seguir até aos serviços centrais do CNPCRP, em Lisboa, e o processo fora iniciado no Porto.

Resultado?

O médico da empresa vê desmentida a primeira avaliação.

Arminda vê justificadas as suas dores porque o resultado indica grave incapacitação.

E passa a integrar a lista de pensionistas por incapacidade permanente para o trabalho, a cargo da Segurança Social.

Arminda é nome fictício e a história foi relatada por uma delegada sindical que pede o anonimato.

É apenas uma entre muitas outras de um processo verdadeiramente "kafkiano"."

Fonte: Jornal Público (R.M.)